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O que Vi, Vivi e Ouvi nas Terras da Mãe África: contação da experiência de fazer voluntariado na África pela Humana People to People

Por José Aniervson Souza dos Santos

APRESENTAÇÃO: Todas as pessoas do meu ciclo de amigos sonhavam em ir à África e fazer voluntariado. Este era um desejo, pois vivíamos numa experiência de vida onde a ajuda ao outro era uma constante. Nada do que fazíamos era suficiente. Era necessário se doar um pouco mais. Olhávamos para a África como uma forma de pagar um pouco da nossa dívida pelos anos de escravidão e de prostituição com que nossos povos primitivos, e ainda nós, usaram-se da África. Também porque a mídia colocava a África de uma maneira sensacionalista e despertava em todos nós o desejo de fazer alguma coisa, de tentar mudar algo, embora o pouco que fosse. Esse era o meu sonho e o sonho de muitos. E então eu tive uma oportunidade de ir a África e ser voluntário. Eu iria em meu nome e no nome de muitos outros que não podiam seguir viagem comigo. Eu iria em nome da ajuda fraterna. Do doar-se. Esquecer-se de si mesmo e pensar no próximo. Eu iria porque era a realização de um sonho. Eu iria porque havia aprendido na convivência com os amigos de caminhada que pensar apenas em si próprio não é o caminho para promover a paz entre os povos. Eu iria porque eu não me pertencia. Eu não iria sozinho. Teria que levar comigo o sonho de muitas Catarinas, Marias, Joãos, Renatos, Cinthias, Josés, Robertos, Kássias, Joanas, Fátimas e milhares de outras pessoas que vibraram em saber que eu podia os representar. E assim eu fui. Deixei meu país, meu trabalho, meus familiares, meus amigos e amigas. Larguei tudo e todos e de igual forma todos iam comigo. Em espírito. Pelo único desejo: ser mais uma ajuda humana e de gratidão na África. E no meio da experimentação do nosso sonho, meu e dos meus amigos, fui morto. Tentaram roubar a experiência humanitária que carregava dentro de mim e que me acompanhou durante a minha viagem. Tentaram me prostituir. Eu me permiti morrer para que meu povo não fosse escravizado mais uma vez. Tentaram roubar a África de mim. Este texto será uma tentativa de contar a minha experiência de vida na esperança de fazer trabalhos humanitários na África através da Federação Internacional Humana People to People.

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