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O Fenômeno Municipal se Repete

Éllcio Ricardo

Psicólogo, Diretor de Projetos do IPJ

Foto: everystockphoto.com

Gostaria que alguém pudesse me explicar um fenômeno municipal. Porque os prefeitos eleitos para administrar a “máquina púbica” não dão continuidade às obras construídas e deixadas por seus antecessores? É o hospital que fechou, é o centro cultural que deixou de funcionar, é o posto de saúde que ficou abandonado... Este fenômeno é corriqueiro a cada quatro anos e o dinheiro do povo que foi gasto vira destroço. Os gestores, eleitos para gerir, gerenciar, melhor aplicar o dinheiro do povo, gastam no que querem e tem o direito de desprezar o que a prefeitura em um governo anterior realizou. Como não foram eles, os atuais, que fizeram acontecer, simplesmente dizem: “Não, isso não serve, vamos fazer outra coisa” como se tivessem este direito, o direito de eliminar de sua administração o que é do povo para construir outras coisas para o povo, só que dessa vez com sua marca. Lamentável.

 

E quanto a nós calorosos eleitores, que desejamos um mundo melhor? Assistimos a tudo isso calados, quietos, auto-vitimizados. Alguns ainda vão dizer: “Eu não posso falar nada se não perco meu emprego”. Até quando haverá escravidão pelo poder, pela exploração da burrice dos covardes, pelo conformismo dos “pra mim qualquer coisa serve”. Sim, ainda tem mais. Existem aqueles que não querem se envolver porque não usam do serviço público, porque tem planos de saúde, não precisam de assistência social e podem pagar escolas particulares para seus filhos, estes são os “Pregadores da Indiferença”.

 

Até quando assistiremos este fenômeno calados, suprimidos, silenciosos, indiferentes? Até quando assistiremos a episódios como os acontecidos no Egito admirando a bravura e a resistência dos revoltosos em busca de liberdade? Até quando veremos abismados, a coragem dos jovens, dos idosos e até das crianças clamando por democracia? “Ah”, dirão alguns, “lá era ditadura, aqui vivemos em uma democracia”. Que democracia? Eu lhes pergunto. No Brasil funcionários públicos tem a obrigação de “doarem seus salários para campanhas políticas de seus “gestores”, ou do filho(a) deles porque se não corre o risco de perder o emprego. Outros tem o salário dividido com seu colega de função, se ganha um salário mínimo 50% para um 50% para outro. Dessa forma o político cala a boca do “inconformado”. Alguém gostaria de reafirmar que vivemos em democracia? E se o político for denunciado, logo arranja um padrinho de cargo mais elevado que arquiva o processo, dá o caso por encerrado, porque o discurso será sempre o mesmo: “Eu nunca fiz isso”. Vivemos em uma ditadura disfarçada e não vai ser a “oposição” que irá mudar a história, não vai. Porque se ela chega ao poder faz a mesma coisa, igualzinho, a seu ”opositor político” e aliado na corrupção. Ah, bons tempos eram aqueles em que as pessoas pintavam o rosto e saiam nas ruas protestando, faziam músicas que escancaravam a vergonha política do nosso país, encenavam nos teatros cenas de liberdade e democracia. Pois é são apenas cenas...

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