Gritos Urbanos e Street Family
Ano de produção: 2014
Tempo do vídeo: 11:49 min
Nome: Street Family
Local: Surubim/PE
Atividades: Intervenções Urbanas
Participantes entrevistados: Antônio Neto, Eduardo Pereira, Nana, Karla Mateus, João Paulo, Lívio e Alex.
Revista Geração Z – Como surgiu o Street Family?
Street Family – Quem nunca ouviu falar do filme “Se ela dança, eu danço”? O filme já está na quarta versão. Foi a partir dessa versão que surgiu a ideia de criar o grupo. Estávamos, a Nana e eu (Karla) assistindo o filme, na verdade comentando porque este filme é todo trabalhado em flash mob. Ai ficamos pensando “poxa” seria tão legal se aqui em Surubim tivesse algo assim. É, mais e aí. Quem? O intuito era retirar a galera de casa para ver alguma coisa cultural, lógico que não a cultura de nossa região, principalmente em Surubim que não tem nada. O nosso principal propósito era que realmente as pessoas começassem a ver dança e eu acho que deu certo. E até mesmo se auto perguntar, “o que é isso?” porque não é um hábito das pessoas de Surubim ver algo de diferente, estão acostumadas a verem apenas forró, frevo, (...) algo daqui.
RGZ – Qual o principal estilo musical do Street Family?
SF – A base do nosso estilo musical é jazz. Não o jazz de dança de salão e sim de rua.
RGZ – Quais os planos do grupo para 2014?
SF – Queremos intervir em algum lugar, com alguma função. Função de deixar algo para que as pessoas possam refletir. E também outro desafio que se apresenta para nós, é realizar um flash mob.
RGZ - Qual mensagem o grupo procura transmitir em suas intervenções?
SF – Dá para ter mais ou menos uma noção quando eu (Lívio) fiz uns dos solos, onde eu começava a tirar um monte de camisetas e dançava no centro e o restante do grupo passava por mim e me julgava, sabe? Chegavam em mim, tocavam em minha barriga, eu estava com uma meia calça e eles vinham (...) Karla tocava no meu cabelo... e eu queria passar a história da minha vida ali. Em nossas coreografias procuramos passar aquilo que a gente tem de experiência e até pela música e pelo contexto.
RGZ – Como foi a escolha do nome do grupo?
SF – Fizemos o velho jogo onde cada um escreve uma palavra no papel e a gente sorteava e puxava. Saiu cada nome esquisito, colocaram cada palavra esdrúxula. E o nome “Street Family” nem saiu no papelzinho, a gente quem quis colocar. Passávamos mais tempo com o Street Family do que em nossas casas. Por isso ser “família” e por isso ser de “rua”, porque apesar de não sermos família de sangue, somos família.
RGZ – Como é o relacionamento do grupo?
SF – As vezes tem muitas brigas. É bem difícil, pois cada um aqui tem uma identidade, então a gente tem que colocar isso junto.
RGZ – Quais as dificuldades enfrentadas pelo grupo?
SF – Perdemos o nosso local de ensaio. Ensaiávamos na sala de dança do Colégio Marista, mas estão fazendo reforma. Pior do que conseguir pessoas para fazer o flash mob vai ser conseguir um local bom para ensaio.
RGZ – O grupo possui alguma espécie de apoio institucional?
SF – O nosso trabalho é independente.
RGZ – Qual o artista inspira o grupo?
SF – (Karla) A mulher que me inspira como mulher e como artista é Madona. Pra mim ela é incrível. Nas minhas coreografias, seja neoclássica, seja contemporânea, alguma coisa eu roubo de Madona.(Alex) Eu gosto de um pouquinho de cada, mas a minha máster é a Gaga e tá, amo Madona. Gosto muito dos trabalhos dela, acho que o trabalho visual que ela dá até agora nenhuma cantora deu.(Nana) Eu também gosto de tudo, mas quando eu escuto a Beyonce, eu não sei, mas é como se meu sangue começasse a ferver, sei lá, coreografias vem. Eu amo, amo a Beyonce.(Antônio) Eu acho que o povo pensa “ele só gosta de Gaga”, mas a cantora que eu amo, no fundo do meu coração é Maria Gadu. Acho que se um dia eu for ao show dela eu desmaio.(João Paulo) Sabe em quem eu me inspiro? Aqui ó! (apontando para todo o grupo).(Eduardo) Eu gosto da forma de dançar do Chris Brown, Justin Timberlake, do Les Twins.
RGZ – Qual mensagem o Street Family deixa à juventude?
SF – (Nana) Fazer o que você tem mais vontade sem se preocupar com o que vão achar sobre o que você é ou o que você faz. Fazer por simplesmente gostar daquilo.(Karla) Quando você acredita que aquilo é válido, que aquilo é bom, eu acho que as coisas se realizam de uma forma mais bonita e mais prazerosa.(Alex) Que as pessoas se abram para se expressar e podem ter certeza que é gratificante, é mágico.(Eduardo) A arte ela consegue não só unir as pessoas, mas através dela podemos aprender um com o outro. E se acontecesse isso em todas as cidades, que tivesse incentivo para as cidades terem um grupo de dança, para mostrar as comunidades e para que elas se sensibilizassem e fossem instigadas a fazer esse tipo de arte, acredito que não teríamos um mundo que temos hoje, com tantas dificuldades, tanta violência e tanta fome (...)
RGZ – Alguém gostaria de dizer mais algumas palavras ou fazer algum desabafo?
SF – (Lívio) Eu acho assim, todo mundo aqui é diferente. Cada cabecinha aqui é um mundo diferente e nós somos muitos distintos, mas a gente se une por um bem comum que é a dança. Então eu acho que isso é fantástico. Eu nunca quero deixar esse grupo por isso, sabe? (eu vou chorar) Eu sempre quis dançar as músicas que eu sempre estava escutando e eu nunca tive essa oportunidade, então através de Karla e de vocês eu tive e foi fantástica. Aquele momento na praça, caramba. Sonhei com aquele momento de novo. Eu acordei todo arrepiado. Foi lindo demais o pessoal gritando...
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